quinta-feira, 29 de outubro de 2015



1          VOZES FEMININAS COM RESPEITO NO AR


A voz feminina sempre encantou os ouvidos humanos e sempre foi cantada em verso e prosa, ao longo dos tempos.
Apaixonante e caliente, a voz da mulher embala os mais ingênuos sonhos de infância, nas histórias e cantigas de ninar que as mães, avós e tias contavam e cantavam para suas crianças.
Nas fantasias e no folclore, lá está a voz feminina na figura da Sereia, da Mãe D’Água, a seduzir os homens, hipnotizando-os.
Ao longo dos tempos a voz feminina se desenvolveu, cresceu e foi à luta. Foi trabalhar fora. Fora do lar, dos livros de história, dos rios e das cachoeiras e longe das vitórias-régias, que ouviam o chamado da Iara.
A voz feminina se emancipou; é isso mesmo! Saiu sozinha, - quanta rebeldia, quanta independência! - e bateu às portas das rádios que foram inauguradas no Rio de Janeiro e por aí afora, pediu emprego, mostrou seu valor e foi logo aceita.
“A Voz do Rádio
Quem assistiu ao filme Radio days do cineasta Woody Allen, se lembra da personagem interpretada pela atriz Mia Farrow, uma aspirante ao estrelato no mundo glamouroso do rádio americano na década de 40.
A jovem perseguia a carreira no rádio mas esbarrava sistematicamente com um problema: a natureza de sua voz.
Aguda, esganiçada, cheia de alternâncias de tom e saturada pelos mais diversos cacoetes da fala, aquela voz era tudo o que não poderia ser a voz do rádio.
Após várias tentativas frustradas em situações rocambolescas, a jovem finalmente realiza seu sonho, submetendo-se ao infalível adestramento de sua voz, modificando-a completamente.
O que Woody Allen mostra em tom de comédia é um dos principais postulados da linguagem radiofônica: a preponderância daquele modelo apelidado de “voz de autoridade”.
Mesmo hoje, considerando o desenvolvimento dos canais de comunicação radiofônico, este modelo se impõe como padrão de verdade afirmativa, poderosa.
Em seu interessante estudo sobre a Genealogia da voz no rádio (1994), Frances Dyson foi buscar no mais remoto passado do ocidente a gênese dessa voz e de seu discurso dominante:
A voz do rádio parece vir a nós estabelecida, alguma coisa que nós tomamos como garantida, possuindo características que são fáceis de reconhecer (...) embora essa voz apareça para o advento do rádio e pareça ter se espalhado durante o século 20, de fato levou um longo tempo para sua formação, durante a qual acumulou uma séria de traços que o conectam com as mais profundas estruturas simbólicas e epistemológicas que governam o pensamento, discursos e as mídias da cultura ocidental”. (ZAREMBA, 1997, p.151)

Uma voz de mulher ecoou no fundo dos corações das apresentadoras do Projeto Experimental, que resolveram, então, empolgadas por esses fatos, registrar a trajetória da locução feminina nas rádios AM e FM cariocas, desde os anos 30 até os dias atuais, através de um documentário, em CD: documentar para perpetuar.
“Solte a voz
Tomar bastante água, ter uma alimentação saudável e controlar o estresse são alguns dos cuidados que ajudam a preservar suas cordas vocais.
Usar a voz sem tomar alguns cuidados pode sobrecarregá-la. O resultado pode ser rouquidão e cansaço nas cordas vocais.
Falar, cantar, conversar e até berrar de vez em quando são ações naturais. Tanto que a maioria de nós dificilmente lembra da importância da voz em nossa vida. Pouca gente sabe, inclusive, que há uma data especial para dedicar maior atenção ao assunto: 16 de abril, o Dia Nacional da Voz. Na data, fonoaudiólogos de todo o país concentram esforços para transmitir informação à população”. (REVISTA ANA MARIA, 2002, p. 30)

Tereza Cristina Tesser (1994, p.72) descreve em sua dissertação que o Rio de Janeiro é o palco das grandes estrelas e que “os cassinos, as grandes emissoras de Rádio e o “glamour” da Cidade Maravilhosa tornavam o Rio de Janeiro o principal centro cultural do País. Várias mulheres se destacam nos mais diversos gêneros”.
“Entre os speakers (locutores), havia também as mulheres procurando seu espaço como Lúcia Helena, que no ano de 1936, abria na Rádio Nacional, todos os domingos do meio dia às 21 horas, o programa “Quando os Ponteiros se Encontram ao Meio-dia”. (http://www.evirt.com.br/mulher/cap.10htm)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O rádio está de luto. Morre Salu Locutor




Por Gabriel Diniz

Morreu na noite desta quarta-feira (16) um dos mais queridos comunicadores de rádio que já passaram pelo dial recifense: Salu Locutor.



Carioca da gema (quando veio ao mundo, o Rio de Janeiro ainda era Capital do País), onde nasceu e se criou, sempre acreditou que ser da cidadade maravilhosa, mas precisamente de Santa Teresa, chegava a ser um diferencial, pois as pessoas de lá sempre cultuaram a preservação ambiental e por ser um bairro atípico, semelhante a uma cidade de interior onde todos se conhecem, os laços de amizade se preservam por mais tempo.

Salu passou pelo Recife nos anos 80/90, quando trabalhou nas extintas rádios JC FM, Cidade e Manchete.

Em 2003, sofreu um infarto e passou seis anos afastado dos microfones, voltando em Fortaleza onde foi chamado para fundar uma Rádio Pop/Rock, num mercado saturado por axé, sertanejo e forró.

Afastado novamente do dial por problemas de saúde - era inscrito no programa de transplante do INC (Instituto Nacional de Cardiologia) - passava por sessões de hemodiálise e, às 20h15, desta quarta-feira (16), seu coração parou de vez.

Salu foi sepultado às 15h de ontem, no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.


RECORDANDO

Em abril de 2012, já afastado do rádio, Salu concedeu uma entrevista ao site Rádio em Revista. Leia os melhores trechos dessa entrevista.


Qual seu percurso profissional ?

Meu pai – Wolney Silva – era locutor e jornalista. Trabalhou nas maiores e melhores Rádios do Rio e era muito querido por seus companheiros. Me alfabetizou muito cedo, em português e inglês, então tomei amor pela leitura desde criança. E ele me ensinou a interpretar os textos, compreender o significado, antes de continuar a ler, a inflexionar bem as palavras e ler com o intuito de ser compreendido. Isto foi essencial quando ingressei na carreira de locutor, pois já tinha tudo pronto sem ter feito curso algum.

Aos 7 anos, em 1966 gravei um Especial de Natal traduzido do texto original e adaptado para o Português pelo meu pai, que fazia o mesmo papel que eu, só que adulto. Foi irradiado no Natal de ’66 pela Rádio”Voz da América”, em Washington para todo o mundo. Quer dizer… minha estréia como locutor, ou rádio-ator nem foi Nacional, foi Mundial. Dava pra eu ficar metido a besta, né?

Mas quanto ao percurso, comecei no Sistema Globo de Rádio, em 1978 como Auxiliar de Programação da Globo FM. Depois, quando o pessoal soube que eu falava inglês, fui jogado, sem pretender, num teste de locução para a 98 FM, nos seus primórdios quando tocava rock. Passei no teste e comecei a trabalhar como locutor. Fiquei dois anos.

Em 1980, trabalhei na Rádio Ipanema AM e na Melodia FM de Petrópolis.

Em 1982 fui pra Londrina (PR), onde fazendo o trabalho que fazia no Rio, revolucionei o mercado.

Quando cheguei na Rádio Folha FM o percentual de ouvintes era de 52% do geral.

Em 3 meses que estava fazendo o horário das 14h às 18h, pulou para 96% da audiência total das FMs.

Fiz o 1º programa apresentando vídeos musicais na região, mas não gostei da experiência de ser reconhecido o tempo todo nas ruas.

No final de 1983, voltei ao Rio e fui para a Rádio Imprensa FM.

Em 1985 retornei à Antena 1 FM e fazia também a Del Rey FM, quando fui chamado pra trabalhar na Manchete FM. Com um mês na Manchete, o diretor da Rádio me perguntou se eu não gostaria de ir pra Salvador, porque ele estava mudando a programação de lá pra uma mais pop/rock e eu topei. Passei o ano de 1986 na Manchete FM de Salvador e fui convidado pra ir para a Rádio Cidade no Recife. Fui, mas passei só 3 meses por causa do baixo salário que me ofereceram depois de passados os 3 meses iniciais, quando eles pagavam o hotel e não quiseram incorporar isto ao salário.

Voltei para o Rio e fiz um teste na Transamérica FM, onde passei a fazer o horário da madrugada, durante dois anos. Então, um amigo que trabalhara comigo na Rádio Cidade no Recife e estava dirigindo a Rádio Jornal do Commercio FM (JC FM), me convidou pra trabalhar com ele. Voltei ao Recife, onde trabalhei na JC FM, Rádio Cidade, na Gravadora E.M.I. como divulgador e na Rádio Manchete FM, quando novamente o diretor geral do grupo Bloch de Rádios me convidou pra implementar uma mudança no estilo da Rádio.

No total, passei 5 anos no Recife e quando voltei ao Rio, os diretores das rádios não sabiam como eu estava, que estilo eu fazia e até voltar a trabalhar na Globo FM, passaram-se dois anos.

Depois disto as programações calcadas em axé/pagode/sertanejo e funk, fizeram que eu me afastasse do meio.

Mas continuei com gravações comerciais, institucionais para empresas e fazendo trabalhos para diversas produtoras.

Em uma das produtoras que trabalhei, fizemos uma série de 30 shows para o Multishow, onde eu era encarregado das entrevistas.

Optei por uma fórmula que eu não aparecesse e o entrevistado falasse como se estivesse comentando naturalmente os assuntos abordados.

Montei uma banda de Classic Rock chamada “The BoTTLes” que tocava os clássicos dos anos 60, 70 e algo dos anos 80.

Assim que puder retorno com este projeto que me deu muito prazer. Cantar é fundamental!!!!

Em 2003, sofri um infarto e passei um bom tempo parado.

Somente em 2009 voltei ao Rádio, em Fortaleza onde fui chamado para fundar uma Rádio Pop/Rock, num mercado saturado por axé, sertanejo e forró. O trabalho foi ótimo, mas não me adaptei à cidade e ao povo muito diferente do Carioca e retornei ao Rio em 2010, depois de 1 ano na Rádio Fortal FM.

Em 1981, fui chamado pra integrar o 1º grupo de locutores da Antena 1 FM, quando as “estrelas da Rádio Cidade, Eládio Sandoval e Romilson Luiz saíram da Cidade pra fundar a Antena 1.

Você sempre quis ser locutor?

Não. Meu sonho era ser desenhista. Desde criança desenho e acabei trabalhando durante 2 anos na Embrafilme, fazendo cartazes de filmes, anúncios, folders e press-releases. Meu estilo era o Surrealismo e além de Salvador Dalí, temos no Brasil o Juarez Machado. Depois de ir a uma exposição de quadros dele numa galeria em Copacabana, desisti do desenho porque pensei: Esse cara está uns 20 anos à minha frente. mesmo que eu me aprimore, estude, desenvolva, daqui a 20 anos ela vai continuar 20 anos à minha frente.

Parei com o desenho.

Pedi demissão da estatal e fui dar aulas de inglês e desenho para crianças numa escola Montessoriana. A paixão pela música me fez entrar em Rádio.



O que você faz atualmente?

Nada. Estou inscrito no programa de transplante do INC (Instituto Nacional de Cardiologia) e posso ser chamado a qualquer momento. Tenho de ficar à disposição e estou em casa em repouso por ordens médicas.

Alguém motivou você a optar pela profissão ?

Além da influência do meu pai que sempre me levava às Rádios com ele, o que mais me influenciou foram Big Boy na Rádio Mundial e a 1ª turma de locutores da Rádio Cidade, que passou a fazer um tipo completamente diferente de Rádio, passando intimidade, amizade e companheirismo.

Conte um momento inesquecível da sua carreira?

Um momento é muito difícil… Acho que o melhor que o Rádio me trouxe foi a oportunidade de conhecer trabalhando tantas cidades diferentes, fazer muitos amigos e saber das diferenças gigantescas deste país continental.

Motivo de orgulho?

Não ter surtado com o sucesso, mantendo meu senso crítico e tratando as pessoas com o respeito que elas merecem. Principalmente os ouvintes, porque eles são a razão do sucesso de qualquer comunicador.

Motivo de arrependimento?

Ter magoado algumas pessoas, na maioria das vezes, sem querer por ser impulsivo e dizer o que me vem à mente. Mas com a idade, estou melhorando… rs rs

Um lugar especial do Rio de Janeiro para você?

UM só? Impossível… Lagoa, Urca, Santa Teresa, o Centro Histórico, Grumari.
Sou apaixonado por esta cidade, em geral…

Atualmente no rádio carioca, quais comunicadores você mais admira?

Gláucia Araújo, Selma Boiron, Francisco Barbosa, Zé Costa e mais um monte…

Você sonha em voltar para o dial ? 

Sim. Acho que ainda tenho muita contribuição a dar ao Rádio Carioca, ou Brasileiro, no caso de entrar numa Am.

O que você poderia dizer para aquela pessoa que sonha em ser locutor ?

Leia. Leia MUITO! A intimidade com as palavras dará muito mais segurança estando no ar.

Deixe registrada uma mensagem para nossos leitores.

Trate ao próximo como você gostaria de ser tratado. Respeito é bom e todo mundo gosta.
http://www.blogdogabrieldiniz.com/2013/01/o-radio-esta-de-luto-morre-salu-locutor.html#.UPr7fj-fDfM.facebook

domingo, 2 de dezembro de 2012


Escritor Luiz Antonio Mello relança livro sobre a rádio Fluminense FM

Edição especial de "A onda Maldita – como nasceu a Fluminense FM", terá lançamento na Imprensa Oficial . Originalmente lançado em 1992, nova edição conta com fotos inéditas

Depois do grande sucesso no Circo Voador, o escritor, produtor musical e jornalista Luiz Antonio Mello lança a edição especial do seu livro A onda Maldita – como nasceu a Fluminense FM em Niterói, berço da rádio. O evento está marcado para dia 5, às 18 horas, na Imprensa Oficial, e traz novidades:
“Convidamos algumas locutoras da primeira fase da Fluminense FM, 1982-1985, a que o livro aborda. Até agora, já confirmamos as presenças de Selma Boiron, Claudia Cid, Cristina Rabelo, Jussara Simões e Mylena Ciribelli. Mas quem aparecer será muito bem-vinda”, convida o autor e idealizador da rádio, Luiz Antonio Mello.
As primeiras pessoas que chegarem ao lançamento, que faz parte das comemorações de aniversário da rádio, serão presenteadas com um pôster histórico da inauguração da Maldita, há 30 anos. 
“É um sentimento muito especial lançar o livro aqui, porque Niterói é o cenário onde tudo aconteceu. Além disso, a Sala de Cultura Leila Diniz, onde vai ser a noite de autógrafos, fica bem perto do prédio do Grupo Fluminense, onde a rádio morou. Niterói sempre teve muito carinho com a Maldita e vice e versa”, relembra.
O livro, lançado em 1992 pela Editora Nitpress, registra o período em que o jornalista trabalhou na emissora, de 1981 a 1985, e mostra esse fenômeno que ajudou a construir a famosa geração do rock nacional da época. A edição especial traz fotos inéditas, além de um novo texto com comentários e críticas do autor. A capa, em preto e cinza, também é outra novidade desta edição, assim como sua venda pela internet. Pessoas de todo o país, e até dos Estados Unidos, estão adquirindo um exemplar.
A Sala Leila Diniz da Imprensa Oficial fica na Rua Professor Heitor Carrilho, 81 - Centro. O livro pode ser encontrado no site www.nitpress.com.br.


O FLUMINENSE

domingo, 11 de novembro de 2012




Morreu na noite deste domingo o ator e diretor Marcos Paulo



Morreu na noite deste domingo (11), de embolia pulmonar, o ator e diretor Marcos Paulo. Ele tinha 61 anos.
Em agosto do ano passado, ator e diretor passou por cirurgia para remover um tumor no esôfago. Ele havia sido diagnosticado com câncer em maio de 2011.
Segundo comunicado da Central Globo de Comunicação divulgado na época, Marcos Paulo havia descoberto o tumor precocemente em exames de rotina e tinha dado início ao tratamento em seguida.
De acordo com o portal Memória Globo, Marcos Paulo Simões nasceu em São Paulo, em 1º de março de 1951, e foi criado no bairro do Bixiga. Ele era filho adotivo do ator e diretor Vicente Sesso, o que lhe garantiu contato precoce com a TV.
Sua primeira novela foi “O morro dos ventos uivantes”, da TV Exclesior, em 1967 – ele tinha 16 anos. Passou ainda pela Record e pela Bandeirantes antes de ir para a TV Globo, em 1970. Na Globo, atuou em dezenas de novelas, com destaque para a primeira versão de “Gabriela”, “Tieta” e “Páginas da vida”.
Seu primeiro trabalho como diretor foi na novela “Dancin’ days”, de 1978. Seu principal trabalho como diretor de novelas foi em “Roque Santeiro”, de 1985. No cinema, seu único trabalho como diretor foi em “Assalto ao Banco Central”, de 2010.
Triste notícia.
Fonte: G1

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Presidente do Clube da Voz fala sobre locução publicitária


Presidente do Clube da Voz fala sobre locução publicitária

09 de outubro de 2012 · 13h36
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"Campanhas exigem vozes marcantes"
FOTO: Reprodução Facebook
Em entrevista exclusiva ao AdnewsFábio Cirello, presidente do Clube da Voz, revelou detalhes da profissão de locutor e afirmou, entre outras declarações, que o fato de amadores se oferecem para gravar por uma baixa quantia é algo maléfico para sua profissão. Cirello também comentou a saída de Bob Floriano da presidência do Clube.

Confira a entrevista completa abaixo:

1 – Por que a escolha de um bom locutor é importante para o anunciante? Além de uma bela voz, quais os diferenciais?
Não só um "bom" locutor, mas uma voz que crie identidade com a marca. Assim como a preocupação com as cores do logo, deveria haver uma preocupação com a "sonoridade" da marca. Assim como determinadas marcas musicais, a voz do locutor também identificaria o produto. Chega a ser estranho, num mercado com tantas mídias e extremamente competitivo, as empresas não possuírem uma identidade sonora. A bela voz não é a preocupação e sim a interpretação que se imprime. Claro que não pode ser uma voz esteticamente feia. Desafinada, sem brilho. Para cada marca ou situação da marca poderia usar-se um determinado tipo de voz, mas essa preocupação deixou de existir, assim como está menos presente o verdadeiro RTV em uma agência. Alguém que realmente entenda de som e imagem no comercial seja ele de rádio ou TV.

2 – Quais as campanhas mais marcantes com o uso da voz na publicidade?
Hoje, fica difícil falar de campanhas marcantes, mesmo porque, tem que existir um casamento entre ideia, filme, trilha sonora e voz e isso é cada vez mais uma coisa do passado.  Quem não se lembra das campanhas daVarig (locuções de Humberto Marçal), do comercial "Hitler" da Folha de São Paulo (locuções de Mario Lima e de Ferreira Martins), das campanhas da Hyiundai (locuções de Ferreira Martins), ou Mastercard "não tem preço" (locuções de Edinho Moreno).

 Quais dicas você daria para um estudante de publicidade que decida enveredar por este caminho?
Primeiro precisa ver se tem talento, depois é necessário ter estilo próprio, pra que sua voz seja identificada com facilidade.

4 – Por que Bob Floriano deixou a presidência do Clube da Voz?
Problemas pessoais, íntimos. Ele preferiu se afastar não só da presidência, mas da associação que, queira ou não, exige participação, envolvimento e às vezes é muito difícil conciliar projetos pessoais. Como vice, assumi, de acordo com os estatutos do Clube e estou vendo agora que era mais fácil ser vice. E trazemos mais projetos, como dinamizar conteúdo em nosso site, em nossa rádio web e disponibilizar o app Clube da Voz pra smartphones e tablets.

 Qual a diferença de um locutor do Clube da Voz e um de fora?
Garantia de procedimento e qualidade. O Clube da Voz é o único portal onde o locutor só entra se tiver mérito, se já for um verdadeiro profissional do mercado, com habilidade, experiência e procedimento ético garantido.

Pode ver que na hora H, as grandes campanhas exigem vozes marcantes. E os locutores do Clube da Voz são sempre chamados.

E assim foi na eleição pra prefeito: as vozes da campanha de Serra e Haddad são de locutores do Clube da Voz.

6 – Há uma predominância da voz masculina na publicidade. Por que isto acontece? A voz feminina não transmite o que o anunciante deseja?
É uma tradição que vem do rádio onde os locutores desde o inicio foram maioria porque as mulheres que trabalhavam fora de casa eram minoria.

Essa tradição está mudando muito rapidamente. Produtos ligados ao universo feminino (beleza, casa, filhos, estilo, compras, etc.) quase todos já são anunciados por vozes femininas. Hoje, também já é possível ouvi-las em campanhas de governo e bancos.

7 - Como os locutores publicitários estão se adaptando aos anúncios na web?
O anúncio na web tem uma audiência simultânea pequena se compararmos com TV e rádio. Isso acaba provocando uma adaptação nos cachês pra essa mídia.

8 - Como é a relação locutor vs. agência? Explique, por favor.
O locutor relaciona-se mais com a produtora de som do que com a agência, porque faz tempo que as agências delegaram, e isso contribuiu muito pra banalização das locuções comerciais de TV e rádio. São raras as exceções de locutores se relacionarem com agência.

É difícil algum RTV aparecer pra acompanhar a gravação. E também porque isso não acontece, frequentemente os estúdios solicitam a gravação a locutores que gravam em home estúdio, sem nenhum acompanhamento da agência ou do próprio estúdio de som.

9 - Existe algo que não abordamos que você gostaria de ressaltar?
Sim. O descrédito da profissão através da internet, com milhares de pessoas que acham que possuem uma voz boa e se oferecem pra gravar por cinquenta reais. É preciso normalizar a profissão de locutor comercial. Ou então, fazer valer o registro profissional (DRT) de radialista (locutor é uma profissão regulamentada).

O departamento comercial da maioria das emissoras de rádio produz comerciais toscos com locutores de plantão, pagando-lhes valores simbólicos ou inclusos no próprio salário… O resultado é um intervalo comercial insuportável, com textos óbvios, sem criatividade, sem trilha e sem acabamento. Em algumas rádios, há intervalos inteiros com a mesma voz. A audiência cai, pode ter certeza.

domingo, 28 de outubro de 2012

Locutores de loja dão show de criatividade



Assim como Darkson, de Avenida Brasil, locutores de loja dão show de criatividade para atrair clientes na Saara

R7 mostra como é a rotina dos profissionais que fazem de tudo para chamar a atenção
Chiara Papali, do R7 | 09/08/2012 às 04h30
Chiara Papali/ R7
locutor-
Veja a galeria completaAlexander Vicente inventou o "humorchandising", mistura de humor commerchandising

























Assim como Darkson (personagem de José Loreto na novela Avenida Brasil), que trabalha no fictício bairro do Divino, no subúrbio do Rio de Janeiro, os locutores de loja da vida real cantam, dançam, inventam bordões e se fantasiam - tudo para chamar atenção dos clientes e vender mais. Personagens típicos do comércio popular no centro carioca, os locutores fazem das ruas da Saara (Sociedade de Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega) seu palco, com shows diários de bom humor e criatividade (assista ao vídeo abaixo).
Um dos profissionais mais conhecidos da região é Alexander Vicente, de 32 anos, que está há oito na profissão. Ele conta que já “rodou” quase todas as lojas da Saara, ajudando a vender desde roupas até calcinhas, sutiãs e cuecas.
— O mais difícil foi vender cueca. Uma vez tentava vender uma para um casal para conseguir bater minha meta. Todo mundo riu quando eu disse, no microfone, que ela não dava assaduras. E consegui vender mais do que esperava!
Seu talento para o improviso revelou ao R7 um sósia engraçado do jornalista da Record Paulo Henrique Amorim, além da dança da caveira, que costuma conquistar crianças. E já rendeu a personagem “Adriana Raia Pantera”, com a qual começou a fazer apresentações em “palcos de verdade”.
— Também inventei aqui na Saara o “humorchandising”, mistura de humor com merchandising.
Há pouco menos de um mês no Rio, o tatuador baiano Genilson Gomes Cardoso, de 37 anos, aproveitou sua experiência em oratória, como pastor, para ganhar a vida como locutor.
— Já vim correndo atrás do que sei fazer. Aqui, pela primeira vez, trabalho com carteira assinada.
Após trabalhar cerca de 15 anos com tatuagem, ele agora pensa em adotar o codinome Loko Locutor, já que, segundo ele, “todo locutor tem um pouco de louco”. Para chamar a atenção das clientes de uma loja de bijuterias, repete o bordão “Vem prá cá, ruiva. Vem pra cá, morena. Quer comprar anel de R$ 1 para a sogra?”
Locutor há 18 anos, Marco Reis, de 39 anos, também conhecido como o Borel Locutor, afirma que as vendas aumentam com seus anúncios. E não se importa de receber cantadas, principalmente quando imita o cantor Roberto Carlos.
— O pessoal gosta da brincadeira e isso chama bastante cliente. Propaganda é a “arma” do negócio.

Assista ao vídeo: