domingo, 28 de agosto de 2011

10 questões para Selma Boiron – Oi FM (RJ)


10 questões para Selma Boiron – Oi FM (RJ)

julho 20, 2011
Locutora, Oi FM – Rio de Janeiro (RJ)
01) Como foi o seu início de carreira?
Comecei em 1o de Março de 1982, data de estreia da ‘Maldita’. Dias antes, saiu um anunciozinho no jornal O Fluminense, do mesmo  grupo, convocando LOCUTORAS com BOA VOZ, INGLES FLUENTE e 2º GRAU COMPLETO. Os 2 últimos, eu tinha. O 1º, fui lá conferir, me deram um texto cheio de nomes gringos para gravar, passei na pré-seleção e, depois, 4 ‘aulas’ para aprender a operar. As que conseguissem, ficariam. De primeira, ficaram 5 – eu, no meio! Com a missão de abrir os trabalhos, às 6 da manhã na estreia. Deu tudo certo!
02) Você fez parte de um ícone do rádio pop no Brasil: A Fluminense FM. O que isso representa para você?
Quando estive lá da primeira vez, não tinha ideia do tamanho que isso ia ter para o rádio e nem pra minha vida. Depois dali, fui passando por grandes emissoras e por outras rádios de rock graças ao meu currículo ter a ‘Maldita’. Pouca gente sabia fora do Rio o que era a FluFM ou o que ela representava mas a fama da rádio foi tão grande que todo mundo a valorizava. Ela, realmente, foi inovadora!
03) Você acha que a famosa equipe feminina da Fluminense FM da qual você fez parte, quebrou um tabu em relação à mulher no rádio?
Com certeza! Até ali, mulher no rádio era a brava Cidinha Campos, ou dava receitas no ar (nas rádios populares), ou tinha voz de travesseiro (nas rádios mais sérias). Nós, não! Tinhamos ‘gana’ na locução pero sin perder la ternura jamás!
04) Quais as principais diferenças entre o rádio FM no Rio quando você começou e atualmente?
O rádio FM mudou drasticamente no final dos anos 80s quando se implantou por aqui esse jeito corrido de se falar no ar, como se fosse narrador de corridas no jockey! Neste momento, deixei o rádio dito jovem e fui fazer rádio fora do país e, qdo voltei, fui direto pra rádio ‘adulta’ onde era possível ‘conversar com o ouvinte’.
05) Como o advento de rádio corporativas, incluindo a Oi FM, influi no mercado?
Tira do radialista aquele peso da pesquisa, a cobrança por audiência por que este não é o foco da emissora. É lógico que todo mundo quer ser ouvido mas, no caso da OiFM, por exemplo, a rádio é mais um detalhe do produto principal da empresa. É um ‘plus’ à marca, não uma atividade-fim. Isso dá uma liberdade maior pra trabalhar. Tomara que isso dê uma lufada de ânimo ao mercado q ficou muito condicionado ao resultado.
Selma (segunda da dir. para esq.) com as locutoras da Fluminense FM (1982)
06) Como estará o rádio daqui há 10 anos?
Estará …? Bom, no mínimo, diferente do q é hoje. Se não for assim, não sobreviverá. Tem que usar e abusar da interatividade, das mídias sociais, da convergência com outras mídias. O problema é que não formamos ouvintes. O rádio, por tentar impor seu gosto, seu jabá ao público afugentou quem gostava de música e que passou a ser ‘ escutador de músicas’. Ao invés de aproximar, afastou uma nova leva de público. Ao invés de incorporarem o hábito de ouvir rádio, as pessoas se afastaram dele. Retomaram – uns poucos – com o advento das All-News e com a migração da programação do AM para frequências no FM. Afinal, há tempos se deixara o rádio AM por conta da qualidade, não do conteúdo mas da qualidade do som. É este o segredo! O rádio tem q ir se adaptando, se adequando.
07) O que gostaria de fazer no rádio que ainda não teve oportunidade?
Já fiz de tudo no rádio. Tinha o sonho de trabalhar numa all-news mas …já passou, rsrs. Eu sentiria muita falta de música!
08) O rádio é ainda um lugar onde o ouvinte pode descobrir novas músicas?
É sim. A internet tem de tudo mas se você não é ‘apresentado’ ao conteúdo, ele não chega à você. São poucos e excessivamente jovens em geral aqueles que vasculham a web em busca de novidades musicais. Aos demais, resta o rádio pra fazer este serviço.
09) Qual é o melhor e o pior da profissão de radialista?
O melhor é fazer o q se gosta – assim, não se trabalha nunca! O pior é a ralação!! Muito fim de semana,  Natal, Dia das Mães, Ano Novo, Carnaval pra trabalhar, fora a ‘dobra’, temor de quem trabalha com rendição: se o próximo não chegar, vc não sai. Já passei 12 horas no ar esperando rendição e é muito ruim…
10) Qual o conselho você daria à um principiante no rádio?
Faça rádio se você gosta! Aliás, qualquer profissão deve ser assim. Você deve buscar fazer o q gosta. Os bons resultados serão decorrentes de muito esforço e dedicação, além de um necessário talento, lógico! Importante não desistir às primeiras negativas e estar sempre antenado com tudo o que acontece à sua volta, no país, no mundo. Cultura geral e informação fazem toda a diferença no ar, mesmo q vc não tenha q produzir conteúdo. Apropriar-se do texto de outro é tarefa quase tão difícil quanto fazer o seu próprio. Capriche. Sempre! Aquele único ouvinte que está te escutando é a pessoa mais importante do mundo. E entrar no ar é sagrado: vc tem q ter respeito!

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