domingo, 28 de agosto de 2011

A Maldita nas ondas da web


A Maldita nas ondas da web
Clássica programação de rock da Rádio Fluminense surge na internet
Time de locutoras da Rádio Fluminense FM, uma inovação na época
Time de locutoras da Rádio Fluminense FM, uma inovação na época  (Crédito: Divulgação)
Imagem do início da década de 1980, com parte da equipe original da Fluminense FM: Luiz Antônio Mello e a locutora Mônica Venerabile
O dia 1º de março de 1982 é um divisor de águas para a música brasileira. Entrava no ar a ousada - para aqueles tempos ditatoriais - programação da rádio Fluminense FM, que foi a principal plataforma de lançamento para os artistas que ficaram conhecidos como BRock, a geração de músicos de pop e rock que surgiu com o início dos anos 80. No dial da Maldita, como ficou conhecida, estrearam grupos como Paralamas do Sucesso e Kid Abelha, e também soaram riffs de bandas internacionais como The Cult e Concrete Blonde. Ausente das ondas da FM desde 1994, a primeira emissora de som pesado no Rio voltou a transmitir, aos poucos e sem causar alarde, só que agora via web.

O fim da Maldita na década de 1990 deixou diversos órfãos, que vibraram com a notícia do retorno em redes sociais como Twitter eFacebook. Ainda tímida, a programação não conta com locução e horários fixos. Segundo Cristian Ferraz,coordenador de rádio do Grupo Fluminense, é só o começo: “Estamos reestruturando a rádio. Começamos os testes há menos de seis meses e aos poucos vamos adicionando o clássico repertório da Maldita, com as conhecidas vinhetas. Até o meio do ano deve ser lançada oficialmente.”

E-book e filme

A original proposta da Maldita rendeu dois livros: Radio Fluminense– A Porta de Entrada do Rock Brasileiro nos Anos 80 (Ed. Outras Letras), escrito pela jornalista e baterista Maria Estrella, e A Onda Maldita (Ed. Xamã), de Luiz Antonio Mello, um dos idealizadores do projeto inicial da rádio. Luiz prepara uma terceira edição do seu trabalho, lançado em 1992, mas agora na versão digital:”Como o livro está esgotado, pretendo lançar esse ano um e-book, com texto atualizado e novos aplicativos, com músicas e mais interatividade”, explica o jornalista, que se impressiona com importância que a rádio tem para os mais novos:"90% das pessoas que me procuram para falar sobre a Maldita são jovens na faixa dos vinte anos, que nunce escutaram a rádio!”

A Maldita inovou não só por tocar rock e suas vertentes, mas também por ter só mulheres na locução e por criar módulos temáticos, sempre homenageando um artista. “Começou no horário eleitoral, já que alguns partidos não mandavam o material, então a gente tocava várias músicas em bloco, ou do Pink Floyd, ou dos Beatles, depois fomos variando. No final, tinha banda que ganhava às vezes quatro módulos”, explica Luiz, que também está participando do projeto de um longa-metragem sobre a história da Maldita, que deve ser rodado ainda esse ano.

No inicio dos anos 2000, o próprio Luiz tentou criar uma web rádio voltada para o rock, nos moldes da Maldita. Como na época não havia banda larga no Brasil, ele foi obrigado a se associar a um servidos no Estados Unidos:”Na época, só mil pessoas podiam escutar através do streaming. Mais do que isso, o servidor caia”, explica LAM - como é conhecido. 

Colaboração de Gustavo Durán

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