quarta-feira, 24 de agosto de 2011

3.5 Desculpem as nossas falhas


“Você tem que confessar as coisas que faz erradas, porque você tem que se mostrar como é: falível. Eu cometo muitos equívocos, mas passo isso para os ouvintes – Eu pisei na bola, eu fiz errado!! Eu corrijo os outros quando erram. Outro dia comi “uma bola” horrorosa... não teve outra... botaram descarga no ar, relincho de cavalo... Você não pode ficar como aquela pessoa perfeita e infalível. O que existe é assumir suas responsabilidades e devia existir isso também na política. Assumir os erros. Errei, vou começar tudo de novo. Não... sempre foi alguém que errou e o outro ficou no prejuízo. Ninguém assume porcaria nenhuma”. (CAMPOS, 1989, p.18)

São lembranças, saudades e casos do dia-a-dia, como os erros de locução, que viraram anedotas para divertir as festas. Elas agem com naturalidade até na hora em que falham. Elas não pensam que estão errando na frente de milhões de pessoas, e sim que estão falando com aquela luzinha vermelha, que informa que a rádio está no ar, ou para alguém em especial. Pedem perdão, quando tropeçam e continuam a falar.

“O anedotário radiofônico está rico; não de anedotas inventadas, mas de casos verídicos de ”gafes” cometidas por um sem número dos nossos “astros” e “estrêlas”. (...)
...Uma outra que tivemos a oportunidade de ter ouvido foi a cometida pela locutora Lúcia Helena (da Rádio Nacional), quando da visita que nos fez a artista de cinema americano, Eleanor Parker: estavam (ela, e o Luiz Augusto) irradiando o programa cinematográfico e- talvez para “fazer ambiente” - Lúcia Helena não se cansava de dizer que estavam aguardando a chegada da bela atriz americana para uma sensacional entrevista, chegou a descrever o tipo da artista quando ela “entrou” no estúdio, fez uma “confusãozinha”, quanto à côr do vestido de Eleanor dizendo que, devido à luz artificial, não podia ver bem se era azul ou verde, e tudo mais que pudesse interessar e despertar a atenção do ouvinte-fã. De repente, começa a entrevista: notamos uma grande diferença na voz do Luiz Augusto e, com o desenrolar da mesma, pudemos sentir que tudo não passava de uma gravação, pois notava-se não só o “chiado” como alguns outros defeitos. Mas a locutora não se deu por vencida: não justificou a sua “gafe” e, com a maior simplicidade, ainda anunciou o término da entrevista... São coisas que acontecem. Errar é humano”. (LOUREIRO, 09/05/50)

Nenhum comentário:

Postar um comentário