quarta-feira, 24 de agosto de 2011

3.2 O início: copiar ou não copiar


“Eu não gostaria de passar para FM, porque acho uma coisa fria, estereotipada, todas as vozes são iguais. Você não sabe qual é a mulher que está falando, qual é a rádio que está sintonizada, todos os homens são iguais. A Rádio Globo AM também faz isso. Outro dia eu estava ouvindo o apresentador que entra à uma da tarde, o Luiz de França,... eu gosto dele... aí, dei uma passada no dial prá lá, achei meio esquisito... durante um período eu acreditei que era ele... e ele estava de férias!! Era outro que estava fazendo, com a voz igualzinha. Não está certo isso. E isso foi feito de tal maneira na rádio FM que ficou mais importante o cara que programa a música do que o que apresenta o programa. Virou uma peça de engrenagem. Você pode tirar e jogar fora, e colocar outro no lugar com a mesma voz”. (CAMPOS, 1989, p.19)

Muitas locutoras iniciaram no rádio por acaso, outras por serem apaixonadas por música, desde então, a dedicação foi sempre à locução; umas adotaram um padrão próprio, outras entraram no processo de “clonagem”, copiando o estilo uma das outras.

“Em relação a locução feminina aqui no Rio acho que está acontecendo algo parecido com a locução masculina: as vozes e os estilos estão todos muito parecidos, basicamente por falta de direção.
Mas o problema é que, com a falta de gente competente para moldar novos valores, o que temos hoje é um desdobramento fraco, pobre e sem originalidade tanto nas vozes femininas como nas masculinas também. Eu explico: depois do advento da Antena 1 solidificou-se este estilo de locução feminina. Tanto que a Adriana Souza, que foi para a Globo FM, continua com quase o mesmo estilo que ela fazia na Antena 1. Já a Renata Xavier tenta se diferenciar, mas como não existe uma direção competente e as únicas referencias que elas têm são a própria Adriana Souza e as meninas que continuam na Antena 1 ela acaba também ficando parecida com as outras.
Depois da Rádio Cidade e da Fluminense tivemos poucas vozes originais e interessantes“. (TOWNSEND, 28/03/04)

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