quarta-feira, 24 de agosto de 2011

3.9 Quebrando barreiras


“Nascida e criada no Rio, libriana que faz questão de revelar a ascendência em Aquário, Tetê acha que a mulher, aos poucos, vai conquistando o seu espaço no rádio, como o que concorda também o gerente de FMs do Sistema Globo de Rádio, Ivan Romero:
– É importante que as pessoas descubram a credibilidade na voz feminina. A mulher, muitas vezes, consegue realizar ao microfone um trabalho melhor do que o homem, porque consegue depositar ali toda a grandiosidade e a emoção de uma voz realmente carismática”. (MARIA, 1986, p. 11)

Abriram-se definitivamente as portas às mulheres no papel de animadoras. A balança ainda não está equilibrada, mas quase.
As barreiras a serem quebradas, para se ter um espaço nos meios de comunicação, não foram fáceis para quem batalhou há algum tempo pelo seu lugar.
As mulheres enfrentaram muitos preconceitos, que partiam de alguns homens que atuavam no rádio e de ouvintes mulheres que criticavam, dizendo que os homens atuavam melhor no meio de comunicação do que as mulheres.
“Eu não sei... quando vim fazer rádio disseram pra mim: olha, mulher não gosta de voz feminina no rádio! Só gosta de voz de homem... aí eu falei: é tudo tarada, meu Deus do céu!!! Vai se realizar com a voz do homem... isso é um preconceito idiota. É uma coisa que algum machista criou e eu acho uma bobagem. Eu fiz o maior sucesso em São Paulo, durante vários anos... ganhei todos os troféus da época como melhor programa. Mulher gosta de ouvir um programa bom! E foi o que aconteceu. Agora, não sei da capacidade daquelas que tentaram, não acompanhei muito isso. Outras fazem do rádio um bico, ou degrau para uma conquista política ou qualquer outra coisa. Mas para mim o rádio é a minha vida, é a minha profissão, e eu faço com uma garra incrível. Acordo todo dia às cinco horas da manhã, venho pra cá, chego antes de todo mundo, trabalho feito uma desgraçada e nunca acho que tá bom”. (CAMPOS, 1989, p.19)

Algumas sofreram com discriminação de muitas pessoas, até mesmo de alguns homens que trabalhavam junto com elas. Mas também encontraram aqueles verdadeiros profissionais, que as ajudaram a progredir. Os bons não têm medo, mas aqueles ruins são inseguros porque não querem perder espaço, muito menos admitir que elas são melhores. Clever Pereira (31/03/04) nos relata por e-mail “Não faço distinção entre sexos quando se trata de trabalho. O importante é ser bom. E ultimamente as mulheres me parecem melhores. Dos cincos estagiários que empreguei na Manchete, quatro eram mulheres”.
As mulheres vão evoluir cada vez mais, pois no rádio a sua presença já é marcante. As locutoras ganharam espaço. Qualquer meio de comunicação conta com a participação de mulheres, que demonstram um excelente serviço. Se não fosse verdade, elas não estariam tão presentes.
“Um fantasma ronda a imprensa nacional. O fantasma do feminismo. Cuidem-se repórteres, redatores, editores! Abram os olhos fotógrafos, cameramen, locutores! Após mais de um século de absoluta supremacia, os dias do machismo jornalístico estão contados. Numa arremetida irresistível rumo ao sucesso profissional, elas estão invadindo os últimos redutos da imprensa chauvinista, derrubando as derradeiras cidadelas da empedernida masculinidade. E, o que é pior (ou melhor): vieram para ficar”. (SILVA, 1994, p. 14)

Rádio é um veículo machista, sim, podemos ver pelo quantidade de locutores e locutoras. Pode ser mais difícil para mulheres, mas não impossível, os fatos o comprovam.

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